Vestibular - DICA - ATUALIDADES

19/06/2011 17:37

 

Terrorismo

A proposta de retorno às fronteiras anteriores a 1967 significa que Israel teria que desocupar os assentamentos da Cisjordânia, onde vivem cerca de 300 mil judeus (e 2,5 milhões de palestinos). E teria também que abrir mão de Jerusalém Oriental, que os palestinos querem transformar na capital de seu Estado.

Essa reivindicação das nações árabes tem respaldo na Resolução 242 da ONU, de 1967, que determina a desocupação das áreas palestinas. O documento, contudo, nunca foi seguido por Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considera que, tanto a remoção dos assentamentos israelenses da Cisjordânia quanto a devolução de Jerusalém Oriental aos árabes - dividindo novamente a capital em duas -, colocaria Israel em risco de atentados terroristas.

Seria como alugar um quarto em casa para o pior inimigo. O argumento é de que, quando as tropas israelenses deixaram Gaza, em 2005, o Hamas passou a atirar mísseis contra o lado israelense da fronteira.

Portanto, o governo dos Estados Unidos, aliado histórico de Israel, sabe que o retorno às fronteiras de 44 anos atrás é irreal. E nem foi isso que o presidente Obama quis dizer em seu pronunciamento, repudiado pelo premiê israelense.

Na verdade, Obama defendeu a formação de um Estado palestino com base nas fronteiras acertadas pela ONU, em 1967, com ajustes à realidade atual de ambos os povos. Ou seja, os colonos judeus não teriam que efetivamente deixar as regiões ocupadas, apenas o governo teria de negociar a cessão de terras com os palestinos.

Na prática, nada mudou. A intenção do presidente norte-americano foi mais tática. O objetivo era conter a iniciativa da Autoridade Nacional Palestina de buscar na Assembleia da ONU, em setembro, o reconhecimento unilateral para o Estado palestino, isolando Israel. A posição americana visa chamar os árabes de volta à mesa de negociações com os judeus.

Em discurso no Congresso americano no dia 24 de maio, Netanyahu enfatizou sua posição contrária em relação às fronteiras de 1967. Ele também disse que Jerusalém não será dividida com os palestinos.

O primeiro-ministro citou ainda que o obstáculo para novos acordos é a aliança da Autoridade Palestina com o Hamas, grupo considerado terrorista que prega a destruição do Estado israelense.

Os empecilhos, de fato, são mútuos: do lado palestino, o radicalismo do Hamas, e do lado israelense, a insistência da direita, representada pelo premiê, de não abrir mão da "terra santa".

Fonte: https://educacao.uol.com.br/atualidades

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